O MUNDO OBSCURO DO FUTEBOL BRASILEIRO-QUINTA PARTE-EDVALDO FRANCISCO DA SILVA VENDE VAGA PARA SER JOGADOR EM SERGIPE PARA 10(DEZ) VEZES NO CARTÃO DE CRÉDITO EM SERGIPE NO ANO DE 2018

Segue o áudio com a suposta voz do senhor Edvaldo Francisco da Silva vendendo vaga de jogador de futebol para time em Sergipe

Por: Coronel Pontual.

Atualizado dia 14 de maio de 2020 às 20h15

No último parágrafo da quarta parte do texto “o mundo obscuro do futebol brasileiro’’ firmamos o compromisso de apresentar na quinta parte a venda de vaga para jogar a Segunda Divisão do Campeonato Sergipano de Futebol por 10 (dez) vezes no cartão de crédito. Vale a pena lembrar que todas as denúncias que estão sendo feitas estão acompanhadas com provas.

Em épocas passadas, para um jogador ser profissionalizado era necessário ter o mínimo de qualidade técnica. Portanto, a profissionalização era feita por méritos.

Atualmente, os falsos empresários do mundo da bola estão cobrando valores para que os jovens sejam profissionalizados. Infelizmente, essa prática nefasta vem sendo feita em vários Estados e, em Sergipe, não é diferente. É, sem nenhuma dúvida, uma mancha para o futebol sergipano.

Dependendo da visibilidade futebolística do Estado e do clube, os valores cobrados por esses falsos empresários do mundo da bola para profissionalizar um atleta é muito alto. Mas, em Sergipe, por ser um Estado com menos visibilidade no mundo futebolístico, esses valores são bem mais “acessíveis’’ e, por isso, os falsos empresários estão trazendo jovens de outros Estados e de outros Países para serem profissionalizados em Sergipe.

A maioria dos clubes que participam da Segunda Divisão do Campeonato Sergipano não tem estrutura para disputar essa competição. Sem o mínimo de estrutura financeira e física, alguns clubes fazem um tipo de acordo com esses falsos empresários do mundo da bola e, com essa abertura, eles (os falsos empresários do mundo da bola) se aproveitam para utilizar o clube como “ponte” – termo utilizado para esse tipo de situação – para profissionalizar atletas cobrando valores que variam entre R$ 1.000,00 (hum mil reais) e R$ 3.000,00 (três mil reais).

Quando um clube de futebol profissional torna-se refém desses falsos empresários é claro que a situação levanta uma série de dúvidas e, a única certeza, é a banalização da instituição / clube e das competições realizadas pelas Federações.

Como foi citado em um dos parágrafos anteriores, em Sergipe o futebol tem menos visibilidade e profissionalizar atletas cobrando dos mesmos valores indevidos é mais fácil. Essa facilidade fez com que o senhor Edvaldo Francisco da Silva vendesse vagas para atletas jogarem em clubes sergipanos pela Segunda Divisão do Campeonato Sergipano de Futebol de 2018 como se fosse um produto. O senhor Edvaldo Francisco da Silva cobrava R$ 2.000,00 (dois mil reais) à vista e R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) em 10 (dez) vezes no catão de crédito.

É, sempre bom deixar bem claro que, em Sergipe, a maioria esmagadora dos clubes fazem um trabalho sério e, os Presidentes, investem dinheiro, buscam patrocinadores ou investidores e com muito sacrifício participam de forma honesta das competições realizadas pela Federação Sergipana de Futebol. Os clubes que trabalham de forma séria e honesta estão sendo afrontados com essa situação vexatória que está existindo no futebol sergipano.

A Lei Pelé 9.615 estabelece diretrizes para que o empregador – no caso os clubes – e para o empregado – no caso o atleta.

Artigo 34. São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em especial; Redação dada pela Lei Número 9.981 de 2000.

I – Registrar o contrato especial de trabalho desportivo do atleta profissional na entidade de administração da respectiva modalidade desportiva; Redação dada pela Lei Número 12.395 de 2011.

A Lei Pelé é bem clara e estabelece a obrigatoriedade do clube em registrar / profissionalizar o atleta com todas as taxas sendo pagas pelo clube. Essas pessoas de má índole que se passam por empresários do mundo da bola se aproveitam da vontade dos jovens em se tornarem jogadores de futebol profissional, da falta de conhecimento deles e de seus familiares e cobram valores com o pretexto de serem para pagamentos de taxas de transferência porque o clube não tem condições de arcar com essas despesas.

Em Sergipe, para fazer um registro de um jogador de futebol como atleta profissional, o clube terá que pagar as seguintes taxas:

  • Federação Sergipana de Futebol (FSF) – R$ 100,00 (cem reais) mediante boleto da Caixa Econômica Federal.
  • Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – R$ 110,00 (cento e dez reais) mediante boleto do Banco Itaú.
  • Federação dos Atletas Profissionais (FAAP) – R$ 19,90 (dezenove reais e noventa centavos) mediante boleto do Banco Itaú.
  • Transferência – R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais). No caso de transferência de atletas entre Sergipe e Alagoas, existe um convenio / acordo entre as Federações que isenta essa taxa de transferência.

Como foi descoberta a venda de vagas para atletas virem jogar em clubes sergipanos durante o Campeonato Sergipano da Segunda Divisão de 2018?

No ano de 2018, um dos diretores da Associação Desportiva Clube Barra dos Coqueiros – clube da cidade Barra dos Coqueiros-SE – recebeu uma mensagem via whatsapp de um cidadão de nome Max Wilson. A mensagem relatava que o senhor Edvaldo Francisco da Silva pegou dinheiro de vários jovens de Maceió-AL e de outros Estados para profissionalizá-los e colocá-los em clubes de futebol. Os jovens que pagaram os valores cobrados por Edvaldo Francisco da Silva foram enganados.

Segundo o cidadão Max Wilson, o senhor Edvaldo Francisco da Silva também dizia que era Diretor da Associação Desportiva Barra dos Coqueiros – clube da cidade Barra dos Coqueiros-SE – e cobrava valores em torno de R$ 3.000,00 (três mil reais) e R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para levar os garotos para o clube e, de uma Senhora, chegou a pegar um valor de R$ 10.000.00(dez mil reais) com a promessa de colocar o seu filho no São Caetano.

Por se tratar de uma denúncia grave, o diretor da Associação Desportiva Barra dos Coqueiros – clube da cidade Barra dos Coqueiros-SE – solicitou que Max Wilson enviasse o conteúdo da conversa com o senhor Edvaldo Francisco da Silva sobre esses fatos. Max Wilson enviou uma foto de Edvaldo Francisco da Silva e vários áudios em que afirmava ser sua voz cobrando os valores citados acima para colocar um jovem na Associação Desportiva Clube Barra dos Coqueiros – clube da cidade Barra dos Coqueiros-SE – e disputar a Segunda Divisão do Campeonato Sergipano de Futebol. Em uma das conversas, o senhor Edvaldo Francisco da Silva disse que não faria mais caridade e acrescentou que o jovem teria que pagar a passagem, a transferência e solicitou a metade do valor para segurar a vaga. O clube só pagaria a hospedagem e a alimentação.

No início de julho de 2018, um amigo da cidade de Natal-RN solicitou informação de um cidadão que estava fazendo “peneiras’’ – termo utilizado para avaliar atletas – em Natal-RN e selecionando jovens para jogar em um clube de Sergipe e em outros clubes do Brasil. Mas, para jogar, o cidadão estava cobrando um determinado valor para os jovens.

Quando o meu amigo enviou a foto do cidadão que estava organizando a “peneira’’ eu constatei que o cidadão era o senhor Edvaldo Francisco da Silva. Portanto, o mesmo cidadão que Max Wilson tinha falado para o diretor da Associação Desportiva Clube Barra dos Coqueiros – clube da Barra dos Coqueiros-SE – que enganava jovens. Avisei que as informações sobre o senhor Edvaldo Francisco da Silva eram as piores possíveis e enfatizei dizendo que “jogador bom não paga pra jogar’’.

O meu amigo de Natal-RN informou que a “peneira’’ foi realizada no Campo do Cruzeiro – clube de Macaíba-RN – nos dias 30 de junho de 2018 e 01 de julho de 2018 mediante pagamento de R$ 20,00 (vinte reais) para a Agência Chute de Craque. Em mensagens publicadas no facebook, a Agência Chute de Craque divulga amplamente que os jovens selecionados seriam encaminhados para o Grêmio Maruense – clube da cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo – para disputarem o Campeonato Paulista Sub-20 e para clubes de Sergipe para disputarem o Campeonato Sergipano da Segunda Divisão. Alguns jovens que participaram da “peneira’’ informaram que o senhor Edvaldo Francisco da Silva pediu dinheiro para trazê-los para Sergipe após a aprovação na “peneira’’.

Eu (Coronel Pontual) fiz questão de pesquisar na Receita Federal detalhes da Agência Chute de Craque e obtive as seguintes informações:

Nome fantasia – Chute de Craque.

CNPJ – 23.104.704/0001-00

Proprietário – Edvaldo Francisco da Silva.

Endereço – Rua Macaú, Número 161, complemento casa 01, Bairro Jardim Lenize, Guarulhos-SP.

Atividade econômica principal – Comércio varejista de artigos esportivos.

Atividade econômica secundária – Serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas.

Depois de ter todas as informações, fiz mais uma pesquisa da Agência Chute de Craque na internet e encontrei duas matérias. A primeira fazia referência a “peneira’’ realizada em Macaíba-RN, e, a segunda, fazia referência a uma “peneira’’ realizada no Bairro Capão Redondo em São Paulo-SP.

Tudo que foi relatado nesse texto foi protocolado na Coordenadoria da Delegacia da Capital. Junto ao protocolo estão áudios e mensagens que foram trocadas entre as pessoas citadas e uma conversa de um jovem com o senhor Edvaldo Francisco da Silva acertando valores para que o jovem viesse jogar em um clube da Segunda Divisão do Campeonato Sergipano.

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