O MUNDO OBSCURO DO FUTEBOL BRASILEIRO- SEXTA PARTE- CASO LUCAS RECIFE E O TREINADOR EDILSON SANTOS

Por : Coronel Pontual

DEPÓSITO EM 29/09/2017 NA CONTA DE EDILSON SANTOS

ÁUDIO DE JOÃO DA CIDADE DE GUARARAPES-PE

Segue acima o áudio e o comprovante (clique em documentos escaneados para visualizar o depósito bancário) do depósito bancário no valor de R$ 700,00 (setecentos reais) feito por Seu João – proprietário de uma empresa no Bairro de Prazeres da cidade de Jaboatão dos Guararapes-PE –  na conta do treinador Edílson Santos.

Seria ótimo se nós não tivéssemos mais casos obscuros no futebol brasileiro para contar. Mas, infelizmente, a realidade é bem diferente e, como foi prometido, vamos dar sequência ao texto “o mundo obscuro do futebol brasileiro’’ abordando o caso do jovem Lucas Recife e o treinador Edílson Santos. Vale a pena lembrar que temos provas de todas as denúncias que já foram publicadas.

O caso do jovem Lucas Andrade Ferreira – conhecido como Lucas Recife – não é diferente dos demais. Lucas Recife tinha 17 (dezessete) anos e residia na cidade Jaboatão dos Guararapes-PE quando foi atraído pela proposta do treinador Edílson Santos de profissionalizá-lo. Como a maioria dos jovens que jogam futebol e acreditam no potencial, o jovem Lucas Recife sonhava em ser um jogador profissional e, depois dessa proposta, o jovem viu a oportunidade de transformar o sonho em realidade e saiu da cidade Jaboatão dos Guararapes-PE para a cidade  Nossa Senhora do Socorro-SE.


Em 2017, ano em que o treinador Edílson Santos prometeu a profissionalização de Lucas Recife, o mesmo treinava a Associação Desportiva Socorrense – clube da cidade Nossa Senhora do Socorro-SE – que estava disputando o Campeonato Sergipano de Futebol Profissional da Segunda Divisão.

Eu (Coronel Pontual) exercia a função de gerente de futebol da Associação Desportiva Socorrense e, junto com a equipe de dirigentes, montamos um projeto simples e viável para disputar o Campeonato Sergipano de Futebol Profissional da Segunda Divisão de 2017. Apesar da montagem de um projeto simples e viável, a equipe conquistou o título de forma invicta e alcançou o tão sonhado acesso para disputar a Primeira Divisão do Campeonato Sergipano de Futebol Profissional.

Durante a competição, percebi que algo errado estava acontecendo nos bastidores do clube. O nosso planejamento era trabalhar no máximo com 25 (vinte e cinco) jogadores, mas, em alguns treinamentos, tínhamos 45 (quarenta e cinco) jogadores e, em sua esmagadora maioria, jovens que naquele momento ainda não estavam amadurecidos o suficiente para disputar uma competição profissional.

O Coronel Pontual ficou insatisfeito com o excesso de jogadores porque o quantitativo de material de treinamento era insuficiente. Inclusive, em uma determinada reunião, na qual participaram o Coronel Pontual – gerente de futebol -, Professor Lito – tesoureiro -, Saulo Medeiros – presidente – e o Senhor Edílson Santos – treinador -, foi feito uma relação dos jogadores que estavam autorizados a pegar o material de treinamento. Mas, no treino ocorrido no dia seguinte da reunião, o treinador Edílson Santos colocou jogadores que estavam de fora da relação que foi feita na reunião.

Diante da situação, eu (Coronel Pontual) resolvi investigar a real situação daqueles jovens que ali estavam. Foi quando começaram a surgir as primeiras informações que alguns jovens estavam pagando para o treinador Edílson Santos para serem profissionalizados.

Durante a investigação surgiram vários casos e, o que mais chamou atenção, foi de um jovem que o treinador Edílson Santos falou que ele estava treinando porque sua mãe lhe pediu em virtude do mesmo estar com problemas depressivos. Expliquei para o treinador Edílson Santos que lamentava a situação, mas, a nossa meta era conquistar o título de Campeão Sergipano de Futebol Profissional da Segunda Divisão e, consequentemente, o acesso à Primeira Divisão do Campeonato Sergipano de Futebol Profissional. Por ser um funcionário que não estava cumprindo as ordens do Coronel Pontual – gerente de futebol -, o treinador Edílson Santos autorizou o fornecimento do material de treinamento para o jovem. Por questões éticas e, de se tratar de um assunto muito delicado, não vou mencionar o nome do jovem.

No dia 05 de outubro de 2017, em uma das salas da diretoria da Associação Desportiva Socorrense – clube da cidade Nossa Senhora do Socorro-SE –, na presença do Professor Lito, tesoureiro, e do Coronel Pontual, gerente de futebol, o jovem Lucas Andrade Ferreira – conhecido como Lucas Recife – teve uma longa conversa com os dirigentes citados e confirmou várias situações.

Lucas Recife confirmou que foi cobrado um valor para sua profissionalização e, inclusive, já tinha feito um depósito no valor de R$ 700,00 (setecentos reais) na conta de Edílson Santos; que a sua indicação para a Associação Desportiva Socorrense foi feita pelo jovem Crispiniano – conhecido como Mamute –; que o treinador Edílson Santos o pegou no Terminal Rodoviário de Aracaju-SE e disse que a “senha’’ para entrar no alojamento do clube e pegar o material para treinar era dizer que era jogador do Senhor Orlando; e que o valor de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) era para a profissionalização e, para as despesas com alimentação seria R$ 500,00 (quinhentos reais). O genitor de Lucas Recife confirmou o fato lamentável e apresentou o comprovante do depósito bancário que foi feito na conta do treinador Edílson Santos no dia 29 de setembro de 2017.

Diante da situação ocorrida com o jovem Lucas Recife, de outras situações e da omissão e conivência do Senhor Saulo Medeiros – presidente do clube, o Coronel Pontual – gerente de futebol – e o Professor Lito – tesoureiro, se afastaram da Associação Desportiva Socorrense.

Sem condições financeiras para pagar o que foi pedido pelo treinador Edílson Santos, o genitor de Lucas Recife contou com a ajuda do Senhor João – proprietário de uma empresa no Bairro de Prazeres da cidade Jaboatão dos Guararapes-PE – que atendeu a vários pedidos dos funcionários e amigos de Lucas Recife com a afirmativa que o jovem era bom de bola. Quando ficou sabendo que o jovem Lucas Recife era bom de bola, o Senhor João disse que, se dependesse dele, o colocaria no Clube Náutico Capibaribe – clube de Recife-PE – , mas o jovem disse que queria jogar em Sergipe porque seria profissionalizado e ficaria pronto para jogar em um grande clube. O jovem aproveitou o momento para afirmar que o treinador Edílson Santos cobrou R$ 2.000,00 (dois mil reais) para profissionalizá-lo.

O Senhor João fez a seguinte proposta para ajudar o jovem Lucas Recife: R$ 700,00 (setecentos reais) à vista; R$ 700,00 (setecentos reais) depois de trinta dias do primeiro pagamento; e R$ 600,00 (seiscentos reais) depois de sessenta dias do primeiro pagamento. A forma de pagamento foi acertada na presença de seu genitor e de seus funcionários. Em um determinado dia o treinador Edílson Santos ligou para o Senhor João dizendo que era treinador do jovem Lucas Recife e não tinha nenhum tipo de problema e acertou tudo.

No dia 18 de outubro de 2017, após uma reunião dos dirigentes da Associação Desportiva Socorrense, realizada no SESI do Conjunto Marcos Freire I, na cidade de Nossa Senhora do Socorro, o jovem Lucas Recife foi chamado após a reunião dos dirigentes e confirmou todo o fato na presença do Senhor Wolney – vice-presidente – e do professor Lito – tesoureiro – acrescentando que Saulo Medeiros – presidente – e Edílson Santos – treinador – o proibiram de falar com o Coronel Pontual.

No dia 05 de novembro de 2017, o Coronel Pontual estava conversando com o Senhor Anderson – Procurador do Tribunal de Justiça Desportiva de Sergipe – e com o Professor Lito após a partida da Associação Desportiva Socorrense contra o América Futebol Clube – clube de Propriá-SE – quando o Senhor Wolney – vice-presidente da Associação Desportiva Socorrense, aproximou-se e o Coronel Pontual o questionou sobre a reunião realizada no dia 18 de outubro de 2017 em que o jovem Lucas Recife confirmou o pagamento para a sua profissionalização. O Senhor Wolney confirmou que ouviu do jovem que o mesmo estava pagando para ser profissionalizado, mas não viu o comprovante de pagamento feito para o treinador Edílson Santos.

Depois da saída do Coronel Pontual e do Professor Lito, o jovem Lucas Andrade Ferreira – Lucas Recife – foi profissionalizado pela Associação Desportiva Socorrense. O registro do jovem Lucas Recife no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi confirmado no dia 20 de outubro de 2017. O contrato foi de 03 (três) meses, com início a partir do dia 18 de outubro de 2017 e termino no dia 16 de janeiro de 2018. O salário era R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais). Não posso informar com cem por cento de certeza que os pagamentos acordados foram efetuados porque o Senhor Saulo Medeiros quando deixou a presidência da Associação Desportiva Socorrense não fez prestação de contas para o seu sucessor.

Durante o Campeonato Sergipano de Futebol Profissional da Segunda Divisão de 2017, o jovem Lucas Recife só foi relacionado na partida final da competição contra o Olímpico de Itabaianinha, na qualidade de jogador reserva, porém, não entrando na partida.

Em 2018 veio a decepção e frustração do jovem Lucas Recife.

O treinador Edílson Santos continuou no comando técnico da Associação Desportiva Socorrense na disputa do Campeonato Sergipano de Futebol Profissional da Primeira Divisão mas não aproveitou o jovem Lucas Recife na equipe profissional e o colocou para disputar o Campeonato Sergipano de Futebol na categoria Sub-19. Esse é um processo normal e, muitas equipes, colocam os jovens para disputar competições em categorias abaixo da profissional para ganhar ritmo de jogo e maturidade.

A decepção e frustração do jovem Lucas Recife de ter sido “rebaixado’’ de categoria foi inferior ao que estava por vir. Segundo o garoto o treinador dessa categoria dispensou o jovem alegando falta de aproveitamento e, de forma desumana, não compraram a passagem para o mesmo retornar para sua cidade natal – Jaboatão dos Guararapes-PE.

Quando eu (Coronel Pontual) fiquei sabendo da situação fiquei muito preocupado com o jovem Lucas Recife e, por telefone, conversei com ele. Já no início da conversa percebi que ele estava muito nervoso e consegui acalmá-lo. Depois da minha conversa com o jovem, conversei com Marcelo Bonfim – que na época era o responsável pela categoria Sub-19 da Associação Desportiva Socorrense – e solicitei que ele comprasse a passagem do jovem Lucas Recife para a cidade Jaboatão dos Guararapes-PE e descontasse de um valor que ele (Marcelo Bonfim) me devia.

A situação relatada no texto foi devidamente protocolada no Tribunal de Justiça Desportiva de Sergipe e na Coordenadoria da Delegacia da Polícia Civil. Junto com a denúncia protocolada enviei o comprovante bancário do depósito efetuado dia 29 de setembro de 2017 no valor de R$ 700,00 (setecentos reais) na conta do treinador Edílson Santos, áudios e mensagens de whatsapp realizadas entre o genitor de Lucas Recife e as pessoas envolvidas. É, sempre bom lembrar, que o Senhor Saulo Medeiros, presidente da Associação Desportiva Socorrense na época em que ocorreu essa lamentável situação, tinha conhecimento de tudo que estava acontecendo no clube e, até onde nós temos conhecimento, não tomou nenhuma providência.

No próximo texto vamos abordar o seguinte tema: QUANTO VALE UMA VAGA PARA DISPUTAR A COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR?


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